Quem é esta mulher que olha pra mim?
Espremida, acuada fazendo do futuro um largo passado.
A quanto tempo do seu 'eu' ela se perdeu?
Há quanto tempo ela procura o caminho de casa?
Ela me olha, me olha com vontade.
Senti os sinais cortantes da realidade
E pretendi partir, partir... Não é medo
Nem preconceito
Mais eu não gosto quando ela fixa os olhos em mim.
Quando ela fixa os olhos em mim
Aqueles olhos pretos, profundos, quentes como gelo.
Quando ela fixa aqueles olhos em mim
Sinto imprecisão nos meus atos, tudo perdi o sentido.
Olhos de certeza que me engolem nessa suspensa incerteza...
Olhos de ressaca
Tão fortes e tão serenos
Tão intenso e tão fugaz.
Olhos que me têm sem precisar pedir nada
Olhos que me consomem.
Sonho assim, perdida,
revolta de sono ás voltas nos lençóis,
fecho os olhos e abro a mente,
e de repente lá estás tu novamente...
Sonho assim, despida,
enrugada na almofada, sonhando com nada,
recordo o duende, o elfo e a fada,
o lobo e a bela, a noite, a madrugada...
Sonho por mim, rendido,
aos encantos do nada, cama ensopada,
de suor e lágrimas, tristeza jorrada,
as rugas da minha face enxugada...
Sonho enfim, sentido,
agarrado ao cobertor, enrolado no amor,
chamando por paz descanso e cor,
nesta cinzenta escuridão de paredes com bolor
e acordado no nada...
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Quando voltara você minha razão de sanidade...!
Para que me torne humano novamente...